Imprensa escrita em Valinhos: um breve resgate histórico
Ulisses Porto
Inicialmente, faço o destaque de algumas frases selecionadas sobre a temática dos jornais de territorialidade municipal e os motivos relacionados as origens dos mesmos:
“Numa época em que o único meio de
comunicação de massa era o jornal, o analfabetismo constituía grande
desvantagem”. (Jose Murilo de
Carvalho, Os Bestializados, 2008)
“Depredação criminosa, da qual costuma ser vítima a imprensa de todos os tempos, em qualquer país, com a simples justificativa das paixões políticas”. (Julio Mariano, A História da Imprensa em Campinas, 1972), quando abordava a destruição da Gazeta de Campinas em 24/10/1930, quando foi empastelada, em holocausto, à vitória da revolução getulista.
“Agitando cada qual bandeira própria, os jornais, da época, viviam quase exclusivamente da política e para a política”. (Julio Mariano, Campinas de Ontem e Anteontem, 1970)
“O tipógrafo, mesmo quando pretenda consertar o mundo e nivelar a sociedade a dinamite, é sempre um idealista sincero e um brigão por suas ideias”. (Julio Mariano, História da Imprensa de Campinas, 1952)
“O jornal é o espelho de uma determinada época”. (Mário L. Erbolato, Monografia Histórica de Campinas, 1952)
É
inegável que os jornais são verdadeiros guardiões da história de uma cidade,
mesmo quando representam parcialidade política, pois são como verdadeiras
“fotografias” que dão um significado ao momento histórico relatado.
O
surgimento da imprensa escrita no Brasil, tem origem em 1808, no período
Colonial, com a transferência da Corte Portuguesa para o Brasil. Tendo como
primeiro representante da imprensa escrita a Gazeta do Rio de Janeiro, em 10 de setembro de 1808, redigido e
impresso em terras brasileiras, mas desde Junho de 1808 já circulava o Correio Brasiliense, o qual era editado
em Londres visando acender paixão política na colônia.
De
forma geral, os Jornais apareciam e
desapareciam na mesma velocidade dos interesses defendidos, principalmente, por
quando relacionados a defesa e propaganda das ideias políticas de um partido ou
liderança de determinada localidade.
Mas
é evidente a ação positiva da imprensa no progresso de registro e desenvolvimento
de uma localidade, buscando identificar os componentes que aceleram o
progresso, sem agravar as demandas apresentadas.
Apesar
da multiplicidade de iniciativas, a condição de produção dos jornais era, na
maioria das vezes precárias, ou seja, vinculado a tecnologia e qualidade do
maquinário tipográfico. Por isso, a maior parte das publicações teve curta
duração.
Esta relação com a tecnologia de impressão gerou no decorrer da história da imprensa escrita a distinção temporal entre a imprensa romântica, velha imprensa, e a imprensa moderna.
Através de pesquisas realizadas em arquivos pessoais e públicos foram identificados os seguintes jornais impressos e distribuídos em Valinhos no decorrer da história da cidade:
Com
relação a tabela acima, caso tenham novas informações, sugestões de alterações
e arquivos pessoais sobre os periódicos relacionados ou outros impressos favor
encaminhar comunicação no e-mail upsalvador@gmail.com.
Temos
no “O Vallinhense” o primeiro jornal
de Valinhos publicado em 17 de junho de 1934, que apresente na sua
justificativa de criação: “Tivemos
em vista ao lançá-la, uma vasta e nobre finalidade. Não tendo cor política,
visará acima de tudo, o progresso social, econômico e cultural da comunhão
Vallinhense” (Mario
Pires, Valinhos, Tempo e Espaço, 1978).
A
edição referida acima documenta o momento romântico do início da história
impressa de Valinhos, mas em muitos momentos da história a imprensa escrita tomou
partido, em contradição com a imparcialidade, em prol de interesses coletivos
ou de uma coletividade. Mas não encontramos publicação relacionada a defesa da luta
da massa trabalhadora. Evidenciando o perfil conservador da sociedade
valinhense que preserva a ordem, a justiça e a liberdade do período, no qual
foram veiculados os periódicos.
Tivemos
em Valinhos diversos momentos de luta acirrada entre dois grupos políticos
distintos, a saber: os Paragatas e os Gravatinhas. Cada qual agitavam bandeiras
próprias por meio dos jornais, que a sua época, viviam quase na sua grande
maioria da política e para a política.
Até
hoje em Valinhos encontramos na imprensa escrita o romantismo dos semanários,
os quais foram se profissionalizando e realizando a convergência de mídias,
evidenciando a ampliação o acesso aos registros que significam momentos.
A
sociedade valinhense está bem servida de meios de comunicação, mas o acesso aos
arquivos históricos doa periódicos ainda não são franqueados, mas situação de
deverá mudar com o advento de novas tecnologias de digitalização de documentos.
Lembro
e destaco que o desejo de divulgar, registrar e partilhar opiniões e visões de
mundo integram a natureza humana e fomentam a existências de jornais
valinhense, já aliados a convergência de mídias.
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