Talvez a maior grande ideia a ganhar força durante o último milênio tenha sido a de que nós mesmos, humanos, deveríamos nos governar. Mas ninguém pretendia realmente isso. O que se pretendia, na maioria dos lugares, era que elegêssemos pessoas para nos governar e esporadicamente renovássemos ou revogássemos seu contrato. Isso bastava. Não havia maneira prática de envolver todos, o tempo todo.
Do ponto de vista da administração, a web provou ser melhor em espalhar mentiras sobre "painéis da morte" que em divulgar a verdade, e mais eficaz em provocar brigas em câmaras municipais que em fomentar a discussão sem restrições que muitos imaginam ser o ponto alto da internet.
Uma visão de democracia da internet é parte de uma evolução cultural maior rumo à expectativa de que sejamos consultados sobre tudo, o tempo todo. Cada vez mais, os melhores artigos para se ler são os mais enviados por e-mail, as músicas que merecem ser compradas são dos cantores que acabamos de eleger para o estrelato por mensagem de texto, o próximo livro a ler é aquele comprado por outras pessoas que compraram o mesmo livro que você, e a mídia, que antes noticiava para nós, agora publica tudo que pomos no Twitter. Nessa nova era, nosso consentimento é colhido a cada poucos minutos, e não a cada poucos anos.
Um outro campo vê a internet de maneira menos rósea. Seus membros tendem a ser entusiastas da web e da participação cívica, mas são céticos sobre a internet como panaceia para a política. Temem que isso crie uma ilusão falsamente tranquilizadora de igualdade, transparência, universalidade.
Acima apresentamos algumas idéias do artigo “Democracia ateniense online?”, publicado no jornal Estado de São Paulo, no dia 20 de setembro, o qual pode ser acessado na integra no seguinte endereço: http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup438124,0.htm.
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