O indivíduo que se compromete a manter um ponto de vista moral é aquele que resolve subordinar e sacrificar, se necessário, os desejos, sentimentos e interesses pessoais em nome do dever, para fazer a coisa certa ou se tornar o tipo certo de pessoa.
Por isso, “... são atributos indispensáveis ao bom negociador, além da credibilidade, a urbanidade, no trato, o controle emocional, a habilidade no uso das palavras, discrição e, sobretudo, capacidade de transigir. É bom negociador aquele parlamentar que, sem abrir mão de suas convicções políticas, respeita a vontade da maioria mantendo coeso seu grupo político”. (Publicação do Departamento intersindical de Assessoria Parlamentar - DIAP (www.diap.org.br), página 13, Os “cabeças” do Congresso Nacional, 2002).
A democracia favorece a idéia de liberdade; todavia, a estabilidade dos sistemas democráticos depende do jogo político da representação, o que, por sua vez, implica uma certa restrição à autonomia. Compreende, também a disposição de participação dos indivíduos no espaço público, considerando-se, inclusive, os processos de mudanças que envolvem a cidade.
Devemos lembrar que a dignidade da pessoa humana é princípio fundamental do Estado Democrático de Direito, prevista no inciso III, do Art. 1º, da Constituição Federal.
“Existe uma relação direta entre urbanidade e cidadania. Esta correspondência permite considerar as políticas públicas e o engajamento no espaço urbano como uma possibilidade de realizar a transposição de bens simbólicos em bens materiais, tornando fato o que é pretensão de direito. Neste sentido, a democracia não se limita à discussão das formas de governo, mas exige uma consideração mais ampla da cidade e a promoção das condições indispensáveis ao exercício da cidadania”. (Isaac Joseph, 1993)
O emprego de "urbanidade" como equivalente a "gentileza, amabilidade" etc. A palavra "urbanidade" é da mesma família de "urbano, urbanismo, urbanizar, urbanização, urbe". Tudo isso parte de uma raiz latina ("urbe"), cujo sentido básico é "cidade". Caldas Aulete explica: "Cortesia entre pessoas civilizadas; civilidade adquirida pelo trato no mundo". Aí está a chave para a compreensão do fato: é nas cidades que o ser humano encontra outro ser humano; é nelas que se organiza a vida em sociedade, em grupo. É nelas que se estabelecem as regras de convívio, de respeito aos direitos alheios.
Não é à toa que se dá a todo o conjunto de direitos e deveres de um ser humano o nome de "cidadania". Qualquer semelhança com a palavra "cidade" não é mera coincidência.
A urbanidade é a salvaguarda da dignidade, da independência, da moderação, da delicadeza, além de estreitar as relações e anular as dificuldades.
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