20 de mar. de 2011

Postura empreendedora - IV

Temos dois fatores que vêm exigindo mudanças por parte das entidades, os descrevemos a seguir:

O direito a cidadania
Foi um fator decisivo na reorientação do modo de operação gerencial das entidades sociais, que passou a ser baseado na ética da relação com a clientela e na qualidade dos serviços prestados.
A ascensão da "pessoa dependente dos favores" a um patamar de pessoa portadora de direitos sociais e políticos levou ao reconhecimento dos usuários como sujeitos, sujeitos de direitos, que têm nas entidades sociais uma esperança a mais de superação da condição de exclusão em que estão inseridos. Contudo, vivemos um dilema entre a ordem jurídica e a ordem social.
O maior desafio do limiar do século XXI: equacionar o processo irreversível da modernidade com a igualdade de oportunidades. Para enfrentar esse desafio é preciso formar LIDERANÇAS.

O afastamento do Estado Historicamente, as entidades sociais se vêem pressionadas a servir de braço do Estado, dado o gigantismo e a incompetência técnica e gerencial dos serviços públicos. O crescente afastamento do Estado como prestador de serviços sociais e a atribuição dessas responsabilidades a iniciativas não-governamentais tem demandado das entidades uma profissionalização a nível técnico e gerencial.
É preciso superar o assistençialismo, a benemerência e o filantropismo, marcas da história da Assistência Social e, portanto, das as entidades sociais. Um novo modelo deve ser buscado, que permita às entidades desvincularem-se do uso político e dos amadorismos técnicos e gerenciais.
Trata-se de desenvolver uma relação de "parceria", fundamentada numa administração racional da prestação de serviços, que implica num novo contrato, cujas bases estão dadas na "Lei Orgânica da Assistência", nos princípios democráticos e no cumprimento de responsabilidades pelas partes envolvidas.
O primeiro passo séria romper com as práticas de dependência técnico-burocráticas e transformar o convênio em um contrato de bases legais e estrategicamente voltado para o cumprimento de metas e resultados.
Maiores investimentos seriam feitos naquelas entidades que apresentassem resultados com qualidade, para dar-lhes condições de crescer e atender às necessidades dos seus usuários; seriam excluídas aquelas que não apresentassem qualidade nos serviços.
As políticas públicas, sejam estatais ou não-governamentais, "baseiam-se em subjetividades e ideologias, e não em performance". Em muitos casos, as entidades convenentes dos serviços e/ou financiadas são escolhidas por interesses pessoais e políticos e não pela competência de suas gestões de prestação de serviços.
Enfim, vive-se hoje um momento de transição paradigmática nos níveis econômico, político-social e ético, que exige de nós mudanças radicais na concepção, nos métodos e na gestão das políticas sociais e, conseqüentemente, das entidades sociais, no que se refere à gestão da coisa pública e na relação entre a organização social e seus clientes.
Fonte: transcrição do trabalho de Alfredo Barbetta sobre Gerenciamento Empresarial da Entidade Social.

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