4 de ago. de 2010

Gestão e Cidadania

Para tratar do tema transcrevo a seguir trecho do artigo Gestão Pública Participativa: Realidade ou ficção?, de Aragon Érico Dasso Júnior, apresentado no II Congresso Consad de Gestão Pública.
Cidadania e participação popular têm uma existência muito íntima. Portanto, é lógico pensar que, tendo em vista a escassa resposta institucional às demandas básicas da população, o agravamento da crise social (identificada claramente no crescimento assustador dos excluídos) e a crise no sistema político brasileiro, cabe a sociedade a tarefa de repensar se temos de fato democracia no Brasil. Do lado dos pobres, temos evidentemente uma perda de cidadania. Abaixo de um mínimo de recursos para sobreviver, falar em cidadania constitui um mero exercício de retórica. Do lado dos ricos, a partir de um certo nível de concentração da renda e da riqueza, as diversas pirâmides de poder econômico tornam-se predominantes em termos de influência sobre o poder político. Sendo assim, achamos que a única forma de construir um processo democrático articulado é introduzir a participação popular como elemento central no contexto da Gestão Pública.
Fica evidente que não se pode mais falar e gestão e governabilidade sem passar pelas instâncias colegiadas de participação popular na administração pública, ou seja, os Conselhos de políticas públicas. Este é um caminho sem volta, então prepare-se para ele, tanto os gestores como os representantes da sociedade civil.

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