4 de jan. de 2011

Castanholas vermelhas

Neste momento em que se fala do primeiro Presidente operário e da 1ª Presidenta da país, lembro-me de artigo escrito por Esther Gambi Jiménez intitulado Castanholas vermelhas, que trata da atuação da mulheres no movimento operário, em especial das espanholas. A frente das lutas proletárias em São Paulo, imigrantes espanholas se tornaram alvo das autoridades brasileiras no início do século XX.
O texto lembra que os imigrantes tiveram papel decisivo na organização operária no Brasil. A precária situação financeira familiar obrigou muitas dessas mulheres a procurar trabalho fora de casa, nas fábricas que proliferavam nos bairros do Brás e da Mooca (surto industrial).
As espanholas não permaneciam impassíveis diante da situação. Ao contrário: contradizendo o estereótipo feminino da época - de fragilidade e submissão, essas mulheres lutaram por uma vida mais justa, defendendo ideais sociais e seus direitos a melhores condições de trabalho.
As denúncias de espanholas à polícia tinham muitas vezes razões pessoais e serviam como uma maneira eficaz de resolver antigas desavenças.
Graças em grande parte a elas, o estereótipo da época foi derrubado. Mulheres não serviam apenas para cuidar dos filhos e da casa. Defendendo suas idéias, as imigrantes espanholas tornaram-se visíveis. Saíram do anonimato do bairro operário e se colocaram na linha de fogo, mesmo pagando um alto preço por isso.
Como podemos ver a luta na cessa "companheiros e companheiras"... e nem é nova!

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