24 de jan. de 2011

Falta de estímulo

Não faltam projetos carentes de recursos, pessoas necessitadas do básico, muito menos empresas e pessoas interessadas em doar, como provam as centenas de iniciativas para levar recursos às vítimas da chuva no Rio.
O problema é como fazer a ponte entre os querem doar e os que precisam de dinheiro.
Para reverter o quadro, ONGs e captadores de recursos propõem um novo marco regulatório do terceiro setor, que chegou a ser discutido na época da eleição com a presidente Dilma Rousseff.
Eles sugerem isenções fiscais, uma melhor seleção das entidades beneficiadas e capacitação das ONGs na prestação de contas para reforçar a "força de venda" de seus projetos beneficentes.
Além de estimular pouco as doações, especialmente de pessoas físicas, o Brasil é um dos poucos países que punem quem faz doação.


A filantropia no Brasil vem sofrendo uma importante transformação.
Cada vez mais, o setor vai deixando a atuação "missionário-caritativa", predominante há quatrocentos anos, e vem surgindo uma atuação social com foco em gestão, visão de longo prazo e atuação na causa em vez da consequência.
Esse novo foco tem como principais diferenciais o conhecimento da real necessidade da demanda (e não apenas do que se pode ofertar) e o trabalho em rede.
As instituições filantrópicas que atuam dentro desse conceito estipulam metas no início do projeto e trabalham com cobrança periódica de resultados - os projetos podem até ser cancelados no meio do período de acordo com o desempenho.
Trata-se de ter planejamento estratégico de longo prazo e aderência à missão e à visão - ter em mente onde se quer chegar, e não o aqui e agora.
Nesse contexto, as empresas podem transferir know-how, utilizar incentivos fiscais e estruturar conselhos para acompanhar o desempenho dos projetos sociais por elas apoiados.
Já o terceiro setor está se acelerando e se transformando, mas sofre. Não poderia ser diferente, já que lida com uma mudança cultural de apoiadores e apoiados.
Um dos principais desafios é encontrar a relação ótima entre os custos administrativos e de manutenção e o impacto na ponta.
A doação com benefício fiscal mais acessível é para o Fumcad (Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), que permite abater 1% do Imposto de Renda.


Fonte: reportagem publicada na Folha sobre o tema, em 21/01/2011.

Lembro que além das leis de incentivos citadas na figura acima temos o Fundo do Idoso.
E para tirarmos qualquer dúvida iremos conversar, numa próxima postagem, sobre a diferença entre Doação e Destinação.
Até lá!

Nenhum comentário:

Postar um comentário